sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Mercado da dança no Brasil

Em expansão, setor conta com crescimento de cursos universitários, porém, falta de políticas de incentivo faz com que o mercado ainda não absorva a demanda de profissionais

Publicado em 22/07/2005 - 00:01
Por Lilian Burgardt

Amor ao palco, ao espetáculo e o forte desejo de criar e transformar apresentações são algumas caraterísticas dos profissionais que trabalham com a dança. O Brasil, embora não tenha a tradição de países da Europa e do Leste Europeu no setor, cada vez mais têm seus grupos, desde o estilo clássico ao contemporâneo, sendo reconhecidos e respeitados dentro e fora de suas fronteiras, especialmente pela qualidade técnica e artística.

Contribui para o aquecimento do setor um interesse crescente por parte das universidades. Embora a oferta de cursos de graduação e pós-graduação em Dança ainda seja pequena, é cada vez maior o número de instituições de Ensino Superior que vêm apostando na área, na tentativa de profissionalizar quem atua no setor. O objetivo é buscar a valorização e desenvolvimento do mesmo, à medida que se investe na formação de profissionais de alto nível.

Para o diretor de produção do 23º Festival de Dança de Joinville, Victor Aronis, esta grande participação da universidade é muito positiva porque amplia o conhecimento e a informação teórica a respeito da Dança. "O bom profissional da área deve conhecer a fundo o setor em que trabalha e acredito que este papel cabe às universidades, garantir formação de qualidade para quem está envolvido com a dança, seja qual for sua área de atuação", declara.

Além disso, Aronis afirma que a oferta de cursos universitários na área é mais uma opção que os profissionais brasileiros contam para garantir uma boa formação sem precisar sair do país. "Para os bailarinos, é uma excelente opção investir em uma carreira no exterior, até porque o Brasil não possui uma grande quantidade de companhias para absorver estes profissionais", diz.

Isto porque, as companhias clássicas comportam um mercado muito restrito. "Além disso, estes tipos de companhias são, majoritariamente, regidas de uma maneira estatal e dificilmente abrem audições para bailarinos", explica Aronis. "Porém, quando o tema é formação em nível superior, poucas são as ofertas de cursos de graduação e pós-graduação existentes nesta área no exterior. Nestes casos, o Brasil avança com alto grau de qualidade", revela.

No entanto, embora o setor tenha um grande potencial de crescimento, assim como outros da cultura brasileira, graças a sua diversidade de estilos e ritmos, ele também é prejudicado pela falta de leis de incentivo e de políticas capazes de distinguir o mercado, especialmente no que diz respeito a dança em nível amador e profissional. "Em nosso país, disputam o mesmo espaço e a mesma verba, grupos de dança com características e objetivos completamente diferentes", lamenta a professora do curso de pós-graduação em Dança da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Fabiana Dultra Britto.

Segundo ela, um dos problemas sérios em relação ao mercado da Dança no Brasil é que grupos de dança ligados à universidade, por exemplo, disputam o mesmo espaço de exibição e as mesmas verbas que grandes companhias que existem há mais de 10 anos, e também, com grupos amadores de balé oriundos de pequenas academias. "Não há uma legislação eficiente neste sentido. Claro que o mercado existe quando ele é delimitado com clareza. Mas, enquanto os grupos brigarem entre si, ou seja, diferentes categorias brigarem pelo mesmo espaço, o mercado continuará altamente voraz e desleal", diz.

E os problemas não param por aí. Falta incentivo para a criação de grupos profissionais. "A verba é pequena pra todo mundo. Como disse anteriormente, algumas companhias, as subsidiadas pelo governo, possuem um número muito restrito de bailarinos e dificilmente abrem vagas para novos profissionais. As companhias particulares acabam trabalhando com um número reduzido de integrantes pela falta de verba", revela Aronis. Neste caso, quem sai perdendo é a cultura brasileira que, mais uma vez, permanece em segundo plano.

Mas nem só de problemas vive o setor. Na opinião de Henrique Beling, assessor da Supervisão Geral da Escola Bolshoi, em Joinville, o Brasil é expoente no desenvolvimento de bailarinos e profissionais de alto nível. E, em sua opinião, os festivais de dança funcionam como vitrine para que estes profissionais possam conquistar o mercado lá fora, inclusive, pleiteando vagas em outras grandes companhias. "Vivemos um momento importante onde a dança do Brasil e seus profissionais estão sendo reconhecidos. Claro que existem inúmeras dificuldades, mas o cenário é, sem dúvida muito promissor", diz.

Além disso, segundo ele, existem oportunidades em outras áreas que não grandes companhias que também comportam profissionais. "Bailarinos, por exemplo, podem atuar como preparadores corporais de atores e dançarinos, tanto no teatro como na TV", afirma. Já a professora Fabiana, destaca que a universidade é outro campo de atuação que oferece boas oportunidades. "A Licenciatura é o caminho buscado para quem pretende ser um futuro mestre da área, ou um pesquisador sobre o tema, discutindo o cenário atual e o futuro da dança, especialmente em nosso país. O que se faz na universidade é uma produção de conhecimento especializada", revela Fabiana.

Segundo ela, a formação universitária envolve, além da experimentação corporal, noções de filosofia, noções de história e estética, música e ritmos e um amplo aprendizado em todas as áreas correlatas à dança. "É uma outra compreensão do que seja se formar em Dança, o enfoque é para a produção de conhecimento no setor", encerra.

Eu, Paula, acrescento que o mercado para dança no Brasil está em alta epansão, contando com abertura de cursos de graduação, pós e especialização, claro que é um processo lento pórem já existem universidade conceituadas no ramo, como a UFBA e a Unicamp, que contam com professores excelentes, além de infra - estruturas adequadas.
Aguardo opniões sobre outras universidades do ramo que sejam boas para colocar aqui no blog....
bjinhus***

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